Crédito da imagem: ICRAR/Curtin University
O radiotelescópio SKA, Square Kilometre Array, quando concluído, promete ser um instrumento de imensa sensibilidade, em virtude da área de coleta equivalente a mais de um quilômetro quadrado.
Algumas informações sobre o estágio atual de desenvolvimento do SKA, de acordo com a matéria Far From Radio Interference, the Square Kilometre Array Takes Root in South Africa and the Australian Outback, da revista IEEE Spectrum:
Quando o projeto estiver completo, em algum momento no início da década de 2030, poderá abranger mais de dois mil discos de antenas na África e meio milhão ou mais de antenas na Austrália Ocidental;
O SKA é uma colaboração entre 10 países membros que envolvem mais de 500 engenheiros - testará os limites não só do design dos radiotelescópios, mas também da capacidade de processamento de dados, coordenação internacional e infra-estrutura de projetos desta envergadura;
Em função da escala, o SKA está sendo implantado em etapas. Começando com uma fase menor chamada SKA1.
Parte do SKA será construída na África do Sul e a outra parte na Austrália Ocidental. Os dois sites funcionarão, como o SKA completo, como dois radiotelescópios independentes.
"O componente sul-africano do SKA1 (conhecido como SKA1-mid) abrangerá 197 antenas de rádio com diâmetros de 13,5 e 15 metros. Os dados dessas antenas serão combinados para estudar uma série de alvos, incluindo pulsares e emissões de radio de hidrogênio".
"A parte da Austrália, conhecida como SKA1-low [cujos protótipos das antenas vemos nas fotos], pretende capturar ondas de rádio de baixa freqüência, incluindo aquelas que se originaram de um tempo, bilhões de anos atrás, quando objetos astronômicos, como estrelas, iluminaram o Universo pela primeira vez".
Para receber essas ondas, o telescópio não usará antenas do tipo refletores parabólicos dos radiotelescópios típicos. "Em vez disso, usará muitas antenas simples e fixas projetadas para capturar sinais em uma ampla gama de frequências, incluindo as das faixas de TV e FM que coincidem com as frequências de algumas das emissões mais antigas do Universo".
Para juntar essas antenas em um único telescópio poderoso, será necessária amplificação de última geração e processamento de sinal.
Até 2024, a equipe da SKA espera instalar mais de 131 mil dessas antenas "treelike" [vistas na foto], "agrupadas em aglomerados e se estendendo para o deserto por dezenas de quilômetros ao longo de três braços espirais".
Se as antenas do protótipo funcionarem bem, "a matriz poderá produzir resultados verdadeiramente impressionantes: as primeiras imagens detalhadas de um Universo, que se transformava de um mar turbulento de hidrogênio neutro em algo que reconheceríamos hoje - um oceano negro de espaço cheio de estrelas brilhantes e galáxias".
É importante destacar que a localização das antenas no deserto é justificada para minimizar a recepção de sinais interferentes, nas faixas de frequências da radioastronomia em que funcionarão.
Um dos testes é realizado no Murchison Radio-astronomy Observatory, na Austrália.
Crédito da imagem: ICRAR/Curtin University