A radioastronomia para os sinais de rádio de baixas frequências, especialmente abaixo de 30 MHz, é dificultada para as antenas localizadas na Terra pelas interferências dos dispositivos eletrônicos, redes de transmissão de alta tensão, motores em operação, descargas atmosféricas e, especialmente, pela ionosfera que bloqueia os sinais de baixa frequência oriundos do espaço.
Ainda assim, como sabemos é possível captarmos sinais de rádio de Júpitar, do Sol e da Via Láctea, no limite superior da faixa de Ondas Curtas, por volta de 20 MHz, com projetos educacionais como o Radio JOVE, por exemplo.
Para a radioastronomia profissional, a NASA incentivou estudo que propõe a construção de um radiotelescópio numa cratera no lado oculto da Lua. Seria uma situação ideal para instalar uma grande antena que pudesse receber os sinais de baixas frequências. Quem sabe seria possível até mesmo identificar exoplanetas semelhantes a Júpiter, orbitando alguma estrela próxima, que emitisse sinais com características semelhantes aos do planeta gigante do Sistema Solar.
O lado oculto da Lua é especial porque isolaria os sinais interferentes oriundos da Terra e até do Sol, quando no período noturno do satélite.
O estudo foi realizado e proposto por Saptarshi Bandyopadhyay et al. e consiste basicamente de uma malha metálica com cerca de 1 km de diâmetro, que seria instalada por robôs capazes de caminhar ao redor e pelas paredes de uma grande cratera. O refletor seria do tipo esférico, como o de Arecibo e poderia ter elementos de recepção suspensos por outros cabos de modo a ficar no foco do refletor. Com tal arranjo de antenas, poderiam ser descobertas novos fenômenos relacionados à cosmologia, "observando o universo primitivo na faixa de 10 a 50 m de comprimento de onda", de acordo com a NASA.
Para saber mais: Conceptual ideas for radio telescope on the far side of the moon.
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