Na Terra, a ionosfera é uma das camadas da atmosfera, situada aproximadamente entre 60 e 400 km (alguns estudos consideram que se estenda além de 400 km). A propagação de ondas de rádio, especialmente Ondas Médias e Curtas, é fortemente afetada pelas camadas mais baixas, por volta de 100 km de altitude (no estudo da ionosfera, esta é subdividida em ourtras camadas - D, E, F). Nessa região (E), a atmosfera é rarefeita e difícil de ser estudada. As aeronaves e balões não podem acessá-la e, apesar de rarefeito, o ar é denso o suficiente para impedir o estudo com satélites em órbita muito baixa, sendo o estudo realizado com foguetes, durante sua passagem pela região.
A sonda espacial MAVEN (Mars Atmosphere and Volatile EvolutioN), em órbita do planeta Marte para estudar sua atmosfera, descobriu a existência de camadas similares à ionosfera terrestre naquele planeta.
O fenômeno estudado pela MAVEN, quando ocorre na Terra, pode ser percebido por qualquer pessoa com um rádio AM, por exemplo, ao sintonizar emissoras à noite, quando estações distantes são captadas e, por vezes, na mesma frequência, outra emissora também é ouvida por alguns momentos. Pode estar ocorrendo a reflexão dos sinais de rádio por camadas de gás ionizado na alta atmosfera e, com a dinâmica das alterações nas camadas, uma emissora que estava com o sinal refletido pode ser suplantada por outra. Até mesmo sinais de radar podem sofrer interferência, caso sejam refletidos pelas camadas da ionosfera. O estudo das interações das camadas ionosféricas com emissões de UV e partículas solares, bem como com sua atuação na propagação de emissoras de Ondas Curtas e Médias, pode ser um campo interessante da radioastronomia amadora.
Com a MAVEN em Marte, onde a atmosfera é mais rarefeita, o estudo do fenômeno ionosférico e seus plasmas poderá ser incrementado, ajudando a entender o que ocorre na atmosfera da própria Terra.
Para saber mais: MAVEN/NASA. Artigo na Nature Astronomy.
Crédito do vídeo e imagem: NASA Goddard.
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